Memória Caso CBN envolvendo Airton Cordeiro e assédio tem desfecho

Caso CBN envolvendo Airton Cordeiro e assédio tem desfecho

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Depois de escrever e publicar extensa carta sobre o suposto caso de assédio na rádio CBN Curitiba, a estudante de jornalismo Mariana Ceccon, que deixou a emissora na época, divulgou hoje o desfecho de todo o caso. Mariana Ceccon relata, dentre outros pontos, que fui alertada de que o comentarista Airton Cordeiro, que foi acusado pela jornalista, “… já colocou a boca no trombone dizendo na Rádio Transamérica que foi inocentado e que tudo não passou de uma mentira”.

Ela prossegue apontando que se espanta que um advogado, como Airton é, usar tal termo. ”Até eu, leiga que sou no assunto entendi muito bem que ele não foi inocentado e nem condenado. Não sei que inocência é essa que aceita acordos pela tangente e entra pelas portas dos fundos de um tribunal. Alguém que realmente se julgue inocente abre mão dessa oportunidade assim? Da chance de honrar sua “tão ilibada reputação”?

Confira mais trechos do depoimento:

“Como sempre, acho importante deixar o mais transparente possível as ações que venho tomando, mostrar o que foi feito para que outras pessoas que passaram ou talvez passem por isso saibam o que fazer. Também acho importante escrever tudo o que foi feito porque é uma forma de não deixar que as coisas caiam no esquecimento.

É difícil compreender todas as etapas de um longo meio de se buscar justiça. Em outros posts eu já havia explicado que entrei em contato com a justiça criminal, trabalhista e o Sindicato dos Jornalistas. É ainda mais difícil compreender todos os trâmites, recursos e paralisações da justiça, mas vou tentar ser o mais simples possível. No fim de semana passado recebi a ligação da advogada que está cuidando do processo penal. O caso está finalizado. Um resumo rude da ópera: eu apresentei uma denúncia, o Ministério Público investiga e processa o homem. Não sou eu processando, não sou eu investigando e nem colhendo provas. É o Estado que penalizaria o agressor por ter cometido um crime. Isto teria acontecido ao longo de muito tempo de investigação, desgaste e recursos, sobrecarregando a justiça. Por tanto, antes mesmo de começar todo esse processo, a justiça oferece ao réu uma forma de “acordo”. Estes não são os termos oficiais, mas é o que eu venho entendendo de tudo isso.

No caso do Sr. Airton Cordeiro, apesar de ter alguns processos correndo, ele ainda não tinha nenhuma condenação e nem tinha feito “acordos” com o Ministério Público nos últimos 5 anos. Além disto, o crime por assédio sexual tem uma pena baixa, outro fator que possibilitou que o senhor pudesse fazer esta transação. Tudo isso quer dizer que o Ministério Público dá uma espécie de chance ao réu e propõe que em troca de não ter uma investigação e uma possível condenação o dito senhor se comprometa a fazer algo mais leve. Em alguns casos, o réu tem que se apresentar sempre em algum juizado, doar cestas básicas e coisas assim. Prevendo que isto iria acontecer, até mesmo por conta da idade do comentarista, tentamos propor ao Ministério Público que o Sr. Airton Cordeiro apenas pedisse desculpas e fizesse algum tipo de campanha de conscientização contra assédio sexual. Algo que sintetizaria tudo pelo o que eu e as pessoas que estão me ajudando estamos lutando. Um simples pedido de desculpas e a conscientização de que estes atos não são elogios e nem paquera…”