O segundo grande acidente aéreo do Paraná em 1958

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Um Avião Convair  caiu em 1958, perto da Colônia Muricy em São José dos Pinhais. Foi o maior acidente da região com 18 mortos, entre os 24 ocupantes. O final da tarde era de chuva forte e o avião pode ter sido atingido pelo vento, quando se preparava para descer no Affonso Pena.
Veja o vídeo produzido na TV Band Paraná sobre o acidente em 2017.

 

Foi o segundo acidente do Paraná em número de mortes: Morreram o então senador e ministro da Justiça, Nereu Ramos, o governador de Santa Catarina, Jorge Lacerda, e o deputado federal Leoberto Leal.  Entre os mortos estavam ainda os cinco tripulantes, e o padre Osvaldo Gomes, um dos fundadores do Colégio Nossa Senhora Medianeira. O avião tinha saído de Porto Alegre, com escala em Florianópolis.
Em Curitiba o piloto sobreava a região, esperando autorização para descer, que viria da torre de controle do aeroporto. Mas houve preferência para liberar antes uma decolagem.
O avião da Cruzeiro, pilotado pelo comandante Licínio Correia Dias, caiu logo a seguir na região de Capão do Cerrado, próximo à Colônia Muricy, em São José dos Pinhais, a 30 quilômetros de Curitiba.
 as fotos do acidente, postadas por Beatriz Brito, de São José dos Pinhais.  Ela conta que o avô Rolf era taxista e gostava de fotografia. Estas fotos foram feitas por ele, no dia do acidente. O taxista, já falecido, dizia não haver outro registro fotográfico do caso.
Nota da Aeronáutica no histórico de acidentes: 
6 De Junho – O avião Convair CV-440 da Cruzeiro do Sul, procedente de Florianópolis (SC), acidentou-se durante o pouso em São José dos Pinhais, vitimando 18 dos 24 ocupantes. Também faleceram no acidente o Ex-Presidente da República Nereu Ramos, o Governador de Santa Catarina Jorge Lacerda e Leoberto Leal, então deputado federal.

 

 

Leia abaixo a coluna de Dante Mendonça em 2008 sobre o caso no jornal” O Estado do Paraná”.

 

Há 50 anos

No dia seguinte, o jornal O Estado do Paraná publicou: Curitiba, na tarde de ontem, viveu a dolorosa sensação de uma tremenda catástrofe aérea, pois, pela primeira vez, um grande avião de passageiros aqui encontrou o seu trágico fim.
O avião e seu drama, contava este jornal: Procedente de Porto Alegre, com escala em Florianópolis, o avião prefixo PP-CEP, Convair 840, da Cruzeiro do Sul, cruzava os céus de Curitiba após as 17 horas, à espera do pode da torre de controle do aeroporto Afonso Pena, pois o tempo se apresentava muito nublado, acompanhado de forte temporal, com teto, pois, praticamente nulo.
O avião da Cruzeiro, pilotado pelo comandante Licínio Correia Dias, caiu num local chamado Capão do Cerrado, próximo à Colônia Muricy, em São José dos Pinhais, a 30 quilômetros de Curitiba.
Quase noite, às 17h55, o comandante Licínio pediu o pouso de emergência. Não foi autorizado. Noite escura, eram 18h55 quando o Convair 840 foi ao chão. O ex-presidente da República (que assumiu depois da morte de Getúlio Vargas) Nereu Ramos teria outra sorte, caso a torre de controle não tivesse dado preferência à decolagem de outra aeronave, forçando o PP-CEP a rondar os céus de Curitiba, sem autorização de pouso. Com destino ao Rio de Janeiro, então Capital da República, 18 passageiros embarcaram em Porto Alegre, e quatro em Florianópolis. Oito salvaram-se. Quatorze morreram, junto com cinco tripulantes. Entre eles o padre Osvaldo Gomes, um dos fundadores do Colégio Nossa Senhora Medianeira.
Entre mortos e feridos, um dos passageiros foi seqüestrado. A razão do seqüestro foi estampada nas primeiras páginas dos jornais O Estado do Paraná e Tribuna do Paraná: Em nossa redação um dos sobreviventes!.
O seqüestrador foi o repórter Osmar (Chiquinho) Zimmermann. Oriundo de uma família de gráficos, Chiquinho começou na Editora O Estado do Paraná como linotipista, passou a diagramador e depois repórter. Posteriormente chegou a ser o vereador mais votado de Cascavel, onde faleceu. Naquela noite, assim que a notícia da queda do avião chegou à redação, o repórter correu para São José dos Pinhais e foi o único a ouvir o sobrevivente Orestes José de Souza, natural de Curitibanos (SC): Poucos minutos antes do acidente, o deputado Leoberto Leal passou por mim e disse que estranhava a demora.
Em seguida, foi sentar-se junto ao senador Nereu Ramos, que viajava na frente, próximo ao governador Lacerda. Tinha muita cerração, nenhuma visibilidade. Senti um choque. Deu a impressão que o avião se encolhia. Ouvi muito gritos de desespero, pedidos de socorro, na escuridão alguém dizia para não acender fósforos para não provocar explosão. Cinco saíram antes de mim, fui o último a sair dos destroços.
Orestes José de Souza perdeu o relógio e andou um quilômetro e meio, sob chuva 
e ventania, até encontrar uma casa onde foi chamado um táxi. Junto veio o repórter Chiquinho Zimmermann, que o seqüestrou.
Para esconder o sobrevivente da concorrência, que no dia seguinte o daria como morto, Chiquinho levou Orestes direto para a redação do jornal.
Depois de garantido o furo de reportagem, a vítima foi hospedada no Hotel Ferroviário, na Avenida Barão do Rio Branco, próximo ao jornal.
 Amanhecendo coberta de luto, a população curitibana acorreu em massa ao Palácio Iguaçu, para velar os ilustres catarinenses. De Paranaguá, onde nasceu o governador de Santa Catarina, veio uma coroas de flores:
A Jorge Lacerda, a gratidão e a saudade de Paranaguá. Nos jornais, junto às fotos da tragédia, os cines Ópera e Arlequim anunciavam a estréia do maior filme do mundo, com quatro horas de projeção, inteiramente em technicolor: E o vento levou…

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